LIVRO APOCALIPSE
AUTOR. O apóstolo
João.
LUGAR. Possivelmente
na ilha de Patmos, na costa ocidental da Ásia Menor, aonde João
foi desterrado " por causa da Palavra de Deus e do testemunho de
Jesus ".
DATA. Indeterminada.
De acordo com a opinião tradicional, perto do ano 96 a.C.
AUTORIDADE.
Diz-se ser a revelação de Jesus, 1:1.
MÉTODOS
DE INTERPRETAÇÃO. Estes têm sido extremamente variados
e com freqüência imaginativos. Milhares de volumes têm
sido escritos sobre este livro. Existem quatro escolas principais que
tratam deste tema.
(1) A pretérita. Crê que as profecias de Apocalipse já
se cumpriram.
(2) A futurista. Sustenta que o livro contém um prognóstico
da história universal.
(3) A histórica. Vê os eventos do livro como descrições
simbólicas da história da igreja, desde a época do
Novo Testamento até o final dos tempos.
(4) A eclética, ou idealista. Firma-se nos princípios espirituais
do livro e não dogmatiza sobre detalhes das visões mais
misteriosas.
Esta escola crê que h três classes de passagens no Apocalipse:
as que são mui claras em seu ensino espiritual; as que são
misteriosas, mas que contêm elementos da verdade e são instrutivas;
as que são tão ocultas que é inútil, com nosso
conhecimento atual, dar-lhes interpretações finais.
É provável que algumas profecias contenham dois elementos,
o próximo e o distante. O primeiro se refere especialmente a eventos
durante a época de João ou pouco depois; o último
trata de acontecimentos dos tempos vindouros.
PARTICULARIDADES
(1) O Apocalipse é o único livro da Bíblia que contém
uma promessa especial aos leitores obedientes (1:3), e ao mesmo tempo
pronuncia uma maldição sobre os que alterem seu conteúdo,
22:18-19.
(2) Sete é o número dominante do livro. Sete candeeiros,
igrejas, selos, anjos, trombetas, tronos, taças, espíritos,
estrelas, etc.; e sete "não mais".
(3) Os últimos capítulos de Apocalipse contêm um contraste
assombroso com os primeiros capítulos de Gênesis. Gênesis
fala da criação do sol, da entrada do pecado no mundo, da
proclamação da maldição, do triunfo de Satanás,
e da exclusão da "árvore da vida". Apocalipse
fala de um lugar onde não haver pecado nem maldição,
onde Satanás ser vencido, e onde haver acesso à "árvore
da vida ".
PLANO DE ESTUDO
Ainda que este livro tenha sido com freqüência passado por
alto, devido a seu caráter misterioso, há muitos pontos
de vista a partir dos quais pode-se estudá-lo proveitosamente,
sem a necessidade de dar-lhe interpretação dogmática
ou arbitrária. Se o livro está escrito em chave, não
pretendemos haver encontrado um manual que lhe revele os mistérios.
Simplesmente sugerimos o tema seguinte como algo proveitoso.
TEMA SUGERIDO.
O conflito moral e espiritual das épocas.
FIGURA CENTRAL.
O Cordeiro, finalmente vitorioso sobre todos os poderes do mal. O Cordeiro
é mencionado cerca de trinta vezes.
ACONTECIMENTOS
DA ÉPOCA. Há muitos destes acontecimentos no livro; sugerimos
dois, que devemos considerar no estudo das visões.
(1) O nascimento do filho varão, visto por muitos como a encarnação
de Jesus Cristo, cap. 12.
(2) O toque da sétima trombeta (11:15), que anuncia sua vitória
em todo o mundo.
SINOPSE
O livro pode ser dividido numa série de visões, algumas
das quais são parcial ou totalmente veladas: outras são
comparativamente claras em seus ensinos. Não é possível
dizer sempre onde termina uma visão e começa outra, mas,
por conveniência, elas podem ser estudadas sob vários números,
de acordo com o ponto de vista de cada uma.
Cap. 1.
(1) Introdução e promessa aos leitores obedientes, vv. 1-3.
(2) Saudação de João e do Cristo glorificado, vv.
4-8.
VISÃO I.
(1) Do Cristo glorificado, 9-16.
(2) A ordem de escrever às sete igrejas, v. 19.
(3) A mensagem às igrejas, caps. 2-3.
Cap. 2.
(a) A Éfeso, a igreja reincidente, persistente no serviço,
estrita na disciplina, mas esfriando-se em seu amor, vv. 1-7.
(b) A Esmirna, a igreja pobre, mas verdadeiramente rica, que enfrenta
um período de perseguição, vv. 8-11.
(c) A Pérgamo, a igreja num ambiente perverso, firme mas infectada
com heresia, vv. 12-17.
(d) A Tiatira, a igreja de boas obras, mas que tolerava uma falsa profetisa,
vv. 18-29.
Cap. 3.
(e) A Sardes, a igreja moribunda, vv. 1-6.
(f) A Filadélfia, a igreja fraca, mas fiel, vv. 7-13.
(g) A Laodicéia, a igreja morna, satisfeita consigo mesma, que
se orgulha da sua riqueza, mas que é miserável, pobre, cega
e nua, vv. 14-22.
Pensamento saliente: promessas aos vencedores.
VISÃO
II. Parcialmente velada.
Cap. 4.
(1) A visão de Deus no céu sobre seu trono, o Criador do
Universo recebendo a adoração dos seres viventes e dos vinte
e quatro anciãos, vv. 1-11.
Cap. 5.
(2) O Cordeiro abre o livro dos sete selos, o cântico novo, e a
adoração universal do Cordeiro. Interpretação
sugerida: somente Cristo pode descobrir os mistérios divinos mas
profundos.
Cap. 6.
(3) A abertura dos seis selos, (velada), vv. 1-17. Tem havido muitas interpretações
diferentes; não vale a pena juntar outra. Uma lição
clara, vv. 9-11, é que os crentes são provados pela demora
divina.
VISÃO
III. Parcialmente velada.
Cap. 7. vv. 1-8, Pensamento sugerido: Deus protege seu povo escolhido.
VISÃO
IV.
Cap. 7. Certezas reconfortantes.
(a) A multidão incontável dos redimidos, vv. 9-10.
(b) Os meios mediante os quais eles aparecem na presença de Deus,
vv. 13-15.
(c) Suas atividades e seu gozo eterno, vv. 15-17.
VISÃO
V. Parcialmente velada.
Cap. 8. Evento transcendental, a abertura do sétimoselo, causa
silêncio no céu. v. 1.
Possível explicação. Toda a música e as vozes
dos anjos silenciaram porque durante o período do sétimo
selo Cristo devia sair para a sua missão na terra.
Isto não é mera imaginação. O fim do tempo
evidentemente se aproximava, 10:6. Se esta interpretação
é correta, em 8:1 nos encontramos na fonte exata do plano divino
de salvação, e veremos que os eventos focalizam até
o filho varão do capítulo.
Em 8:3-4, a idéia parece ser que as orações dos santos
subiram a Deus pedindo a vinda do reino messiânico.
Cap. 9. Logo continua uma porção velada da visão,
o toque das seis trombetas, caps. 8 e 9, que segundo parece, anuncia os
juízos vindouros.
Caps. 10 e 11.
VISÃO
VI. Parcialmente velada. A única coisa clara é que os eventos
parecem apontar a grande consumação pelo fato do anjo poderoso
anunciar que não haveria mais demora. (10:5-7), mas que as boas
novas referidas pelos profetas estão prestes a ser cumpridas.
Entre tantas opiniões diferentes, é temerário sugerir
uma interpretação do livrinho do capítulo 10 e das
duas testemunhas do capítulo 11. J que estes precedem imediatamente
a visão do nascimento do filho varão do capítulo
12, eles podem referir se ao período profético anterior
à vinda de Cristo.
Talvez os capítulos 12-20 contenham visões parcialmente
veladas relacionadas com o grande conflito messiânico.
VISÃO
VII.
Caps. 12 e 13. O grande evento da época, O nascimento do filho
varão, Cristo, e a manifestação simultânea
dos poderes satânicos organizados para destruí-lo.
A justificação deste ponto de vista é que durante
a vida de Cristo na terra os poderes das trevas estavam em intensa atividade.
Note a intenção de Herodes de destruir o menino Jesus, os
numerosos casos de possessão satânica e a oposição
maligna que resultou na crucificação de Cristo.
Não há aqui nenhuma interpretação detalhada
dos mistérios, mas se chama a atenção para as armas
espirituais com as quais seria ganha a vitória, vv. 12.11.
VISÃO
VIII. Parcialmente velada.
Cap. 14, vv. 1-13. Sem nenhuma interpretação forçada,
é possível olhar este capítulo como um resumo profético
do conflito vindouro entre o Cordeiro e seus inimigos.
Se este ponto de vista é aceito, nos primeiros cinco versículos
os cento e quarenta e quatro mil representariam os crentes sobresselentes
da primeira dispensação; os versículos 6-7 se refeririam
ao começo de uma atividade missionária em todo o mundo;
os versículos 8-11 seriam anúncios preliminares da vitória
final, e os versículos 12-13 se refeririam à bem-aventurança
dos crentes mortos.
VISÃO
IX. Parcialmente velada.
Cap. 14. A sega e a vindima, vv. 16-20.
VISÃO
X. Parcialmente velada.
Cap. 15.
(1) Os primeiros vencedores e seu cântico, vv. 1-4.
(2) Os sete anjos e as taças de ouro, vv. 5-8.
Cap. 16. O derramamento das sete taças da ira, vv. 1-21.
VISÃO
XI. Velada.
Caps. 17,18. A queda de Babilônia, a cidade prostituta, e dos inimigos
do Cordeiro que a venceram.
VISÃO
XII.
Cap. 19.
(1) O coro de aleluia no céu, celebrando a vitória espiritual,
vv. 1-6.
(2) As bodas do Cordeiro, vv. 7-9.
VISÃO
XIII.
(1) Cristo, o conquistador espiritual, sobre um cavalo branco, fere as
nações com a espada do Espírito, 19:11-16.
(2) Parcialmente velada. Cristo vence a besta, o falso profeta e a seus
aliados.
VISÃO
XIV. Parcialmente velada.
Cap. 20.
(1) O aprisionamento de Satanás ,vv. 1-3.
(2) A primeira ressurreição, vv. 4-6.
(3) Satanás é desamarrado; sua atividade maligna, vv. 7-9.
(4) A queda de Satanás, a besta e o falso profeta, v. 10.
(5) O juízo final, vv. 11-15.
VISÃO
XV.
Caps. 21-22. Os novos céus e a nova terra. A cidade Santa, um tipo
da Igreja, a esposa do Cordeiro.
Cap. 21. Suas características: Origem celestial, 21:2; radiante,
v. 11; separada e protegida, v. 12; acessível, v. 13; alicerces
firmes, v. 14; inabalável, v. 16; formosamente adornada, vv. 18-21;
com um templo espiritual, v. 22; iluminada por Deus, vv. 23-25; glorificada,
v. 26; livre de manchas, v. 27.
Cap. 22. O paraíso restaurado. Suas características distintivas:
o rio da vida, v. 1; árvore da vida, v. 2; sem maldição,
v.3; a visão beatífica da marca divina nos santos, v. 4;
o dia eterno e o domínio dos santos, v. 5.
os últimos ensinos: fiéis e verdadeiros, v. 6; ressaltam
o iminente regresso do Senhor, v. 7; deve-se adorar somente a Deus, vv.8-9;
o caráter leva à permanência final, v. 11; a última
promessa, v. 14; o último convite, v. 17; a última advertência,
vv. 18-19.
Bênção e oração, v. 21.