Davi, o ungido do Senhor,
rei de Israel, grande guerreiro, de cuja fé falamos até
hoje, é um dos maiores exemplos de como o Senhor trata com Seus
amados filhos. Tal privilégio, porém, não o impediu
de pecar. O versículo acima trata da reprimenda recebida por ele
após ter providenciado a morte de Urias, soldado do seu exército,
com o intuito de desposar a mulher deste, Bate-Seba. Contingência?
Não. Puro escrutínio! Davi sabia o que estava fazendo, desejou
o que fez, dispôs de tempo mais do que suficiente para arrepender-se
eficazmente – isto é, antes do fato consumado -, mas ainda
assim não quis fazê-lo. Resultado: ira divina. No caso acima,
Davi só aprendeu quando seu primogênito – fruto da
união com Bate-Seba - morreu, cumprindo o vaticínio do Senhor.
O que mudou desde Davi
até os nossos dias? Nada. Deus Eterno é imutável,
Seus desígnios, mandamentos, promessas, sanções,
normas, misericórdia, Amor, Graça, etc, são imutáveis;
sempre foram, são e sempre serão. Nada Lhe escapa. Há
alguma coisa que possamos fazer ou pensar da qual Ele não tenha
[prévio] conhecimento? “Senhor, Tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me assento e me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
Para onde me ausentarei do Teu Espírito? Para onde fugirei da Tua
face?” (Salmos, 139, 1-2, 7b).
Vários motivos
podem nos levar a tropeçar e cair na nossa jornada cristã,
mas esses não vêm ao caso. Nossas ações e os
resultados delas vão determinar nosso futuro, de bênção
ou castigo, na medida em que, durante todo o processo pecaminoso, desde
a sua concepção até a infeliz consumação
e eventual persistência – em se tratando de uma ação
continuada –, estão sob o absoluto controle e observação
do Pai Celeste.
Se porventura decidimos
pecar e não nos arrependemos, mas pelo contrário, persistimos
no pecado, um prejudicial processo de esfriamento do Espírito Santo
se instalará dentro de nós, culminando na queda espiritual.
Sintomas principais da queda: indiferença quanto aos sucessivos
erros – o que pode nos conferir a falsa sensação de
auto-suficiência -, relutância quanto ao arrependimento e
volta ao status quo ante, e, embora pareça contraditório,
incômodo, pela consciência racional – não espiritual
– da situação de erro. Não nos iludamos: estabelecido
tal quadro, a sanção é inevitável.
Mas e a queda, é
inevitável também? Claro que não. Diante de sua iminência,
e da possível falta de resistência à tentação,
devemos clamar copiosamente ao Senhor, para que intervenha imediatamente
e ajude a nos afastar dali. Só Ele pode nos socorrer, de maneira
poderosa e eficiente. Contudo, nosso deve ser o primeiro passo. “Sobre
mim pesa a Tua ira; Tu me abates com todas as Tuas ondas. Mas eu, Senhor,
clamo a Ti por socorro, e antemanhã já se antecipa diante
de Ti a minha oração.” (Salmos, 88.7,13), diria o
consciencioso Davi. Ainda que não sintamos vontade, devemos clamar
por misericórdia!
Sejamos sábios
e não esperemos pela queda; ao menor sinal de fraqueza, corramos
para os braços de Quem tem a Força e o Poder para nos livrar
do pecado!
Em Cristo,
Ana Oliveira